Portugal está confrontado com um sério problema demográfico.
Segundo as projeções demográficas do Instituto Nacional de Estatísticas, a população residente em Portugal tenderá a diminuir até 2060, em qualquer dos cenários de projeção. No cenário central a população diminui de 10,5 milhões de pessoas, em 2012, para 8,6 milhões de pessoas, em 2060.
Para além do declínio populacional esperam-se alterações da estrutura etária da população, resultando num continuado e forte envelhecimento demográfico.
Assim, entre 2012 e 2060, o índice de envelhecimento aumenta de 131 para 307 idosos por cada 100 jovens, no cenário central. Nesse mesmo período e cenário, o índice de sustentabilidade potencial passa de 340 para 149 pessoas em idade ativa por cada 100 idosos.
O envelhecimento populacional, que se mantém ao longo de todo o período de projeção, resulta da combinação do decréscimo da população jovem (pessoas com menos de 15 anos de idade) a par do aumento da população idosa (pessoas com 65 ou mais anos de idade): o decréscimo da população jovem é transversal a todas as NUTS II e em qualquer dos cenários; o aumento da população idosa é, também, transversal a todas as NUTS II e em qualquer dos cenários selecionados, com exceção do Alentejo no cenário baixo.
Acresce que esta realidade já sentida e com tendência para se agravar, apresenta algumas características relevantes em contexto rural, como é aquele em que se integra a ASESM.
De facto, o contexto rural por regra é caracterizado por uma população envelhecida, amiúde residente em habitações com défices de conforto e de qualidade de vida, com baixos rendimentos decorrentes das pensões ou reformas, com fragilidades no acompanhamento pelos familiares, muitos deles residentes em espaços urbanos fora da freguesia, e por um conjunto de situações de vida que afetam a saúde física e mental dos cidadãos com maior experiência de vida.